Auto-retrato no Dia da Mulher - 8 de Março

Se é um dia que “não deveria existir”, continua a ser um dia que tem de existir.

Num dia em que celebro o meu poder de voto, de poder viajar sem pedir ao meu pai autorização pós maioridade, poder ter conta num banco e ter o meu dinheiro, aproveito para me retratar, como me vejo ao dia de hoje e deixo-vos um pouco de reflexão a acompanhar as imagens.


 
 


É desde 1975 que o dia 8 de Março

se tornou oficialmente a data que celebra as conquistas femininas e consciencializa homens e mulheres para as desigualdades entre os mesmos e se luta mais um pouco para igualar esta balança.

Porém, não foi em 1975 que se deu o primeiro passo (literalmente), mas em 1857, no mesmo dia, que um grupo de mulheres da indústria têxtil organizou uma marcha para exigir melhores condições de trabalho e horas de trabalho iguais às dos homens.


E porque é que ainda faz falta este dia? Vou postar aqui excertos do que li escrito por quem sabe muito mais que eu e está muito dentro desta esfera, que é a minha querida Paula Cosme Pinto, d’A Vida de Saltos Altos e podem ler o artigo completo do Expresso aqui:

“1 – Todos os anos cerca de 15 milhões de meninas e raparigas são obrigadas a casar, o que dá uma média de 28 casamentos por minuto.”

“2 – Cerca de 80% das vítimas de tráfico humano são mulheres e meninas, raptadas e vendidas como mercadoria em pleno século XXI.”

“3 – Diariamente, 8 mil meninas estão em risco de sofrer mutilação genital. De acordo com a mesma instituição, existem pelo menos 200 milhões de mulheres e meninas, com idades entre 15 e 49 anos, que sofreram mutilação genital feminina em 31 países onde a prática está concentrada.”

“4 – A violência doméstica é um problema global que afeta mais de um terço da população feminina em todo o mundo. Só em 2020, foram cerca de 47.000 as mulheres e as meninas mortas por parceiros íntimos ou familiares.”

“5 – De acordo com a UNICEF, existem atualmente 15 milhões de meninas adolescentes em todo o mundo, com idades entre 15 e 19 anos, que foram vítimas de violência sexual por um atual ou ex-marido, parceiro ou namorado.”

“6 – Uma em cada 10 mulheres na União Europeia relata ter sofrido assédio no universo online desde os 15 anos, diz-nos a Fundamental Rights Agency.”

“7 – Dados da Inter-Parliamentary Union mostram que 82% das mulheres parlamentares relatam já ter sofrido alguma forma de violência psicológica enquanto cumpriam seus mandatos.”

“8 – Atualmente, a disparidade salarial entre homens e mulheres para trabalho igual ou de valor igual continua a ser de 14,1% na UE, por mais que a remuneração justa e a igualdade de oportunidades tenham sido consagradas nos princípios fundadores da União Europeia.”

“9 – Olhemos também para o último Relatório Anual de Igualdade de Género da Comissão Europeia, segundo o qual, em período de confinamento, as mulheres, em média, gastaram 62 horas por semana a tomar conta das crianças e 23 horas semanais com tarefas domésticas.”

“10 – O mais recente relatório do Fórum Económico Mundial estima que levará quase 136 anos para que seja atingida a paridade de género entre homens e mulheres no mundo (esta medição anual do FEM é feita com base em quatro fatores: participação económica e oportunidades, educação, saúde e capacitação política).”

 
 


A menos que a tecnologia avance muitos nos próximos 50 anos, provavelmente já não vou estar cá para ver a igualdade entre géneros.

Não é preciso ser mulher para se perceber a importância do dia ( e os refilões que dizem “pois pois, mas sobre o dia do homem já ninguém diz nada” a verdade é que a luta é diferente (embora exista!) e sobre isso vamos falar dia 19 de Novembro)

E este dia 8, marca também o ínicio de um projecto: fotografar fotógrafas. Serão 52 semanas onde tentarei fotografar colegas-mulheres-meninas.

Sigam o projecto para conhecerem mais mulheres neste mundo por trás das máquinas.


Feliz Dia Internacional da Mulher!







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